E se...

E se tu vieres de novo vou dizer então: vieste com tanto verão, eu queria era inverno. Fria, pedra, indiferente. O que dessa vez? És tu quem dizes. E se eu não contestar? És tu quem exiges. E se eu aceitar e deixar escapulir que és sol demais? Ah, não me leves a mal, mas agora já não tenho tempo a perder, já não jogo segundos no ar. Mudo-me silenciosamente como quem rouba o doce de uma criança. Cautelosamente vou pro meu pólo e deixo-te aqui, no calor do Equador. Equalizar a dor? Equalize. Quero o teu silêncio pra compor minha música até o sol raiar morno pela janela que deixei entreaberta. Tanta ciência humana foi me deixando inexata e as notas parecem não-notadas. E se eu não souber mais desprender os pés do chão? E se eu não souber mais amar sem razão? Se eu não souber, deixe-me não sabendo que assim eu me aprendo. Meus passos pra trás, meus olhos pra frente. Abrindo os braços e apressando os pés. Um dia eu chego lá. Amanda Arrais

Comentários

Unknown disse…
E quando a minha vontade passar, não há mais ninguém nem mesmo você que me faça lembrar!Hahá!

Postagens mais visitadas deste blog